quinta-feira, 8 de abril de 2010

LIMGUA BÊNÇÃO DA MALDIÇÃO



LÍNGUA

Bênção, Maldição, Crítica, Mexerico, Murmuração, Mentira



MALEFÍCIOS E BÊNÇÃOS DA LÍNGUA



Uma mocinha declinou da corte que lhe fazia um jovem de reputação duvidosa. Este se vingou, caluniando a honra e inocência da menina, Por toda a pequenina cidade circulou o rumor malfazejo: "Você já ouviu o que ela fez? Quem pensaria isso?"

Ninguém, entretanto, perguntava: "Será verdade isso?" A jovem notou que um grupo de pessoas falando animadamente, quando a viam chegar logo se calavam. Afinal ela perguntou a alguém o que era que havia. Assim veio a saber de tudo. Com isso ficou tão assustada, que não saia mais de casa, e retirada em seu quarto se pôs meditativa e ensimesmada até que anoiteceu em seu espírito. E assim, privada da razão, lançou-se num rio e se afogou.

Quem é o culpado dessa tragédia? Aquele jovem que pôs em circulação a calúnia. Sim, foi aquele rapaz! E quem mais? Todos aqueles respeitáveis senhores e senhoras que tão ansiosos estavam por indagar: "Você já ouviu?..."

Mais triste ainda é outro caso:

Faz alguns anos devia ser executado, em uma grande cidade comercial, um ladrão e assassino. Rogou decididamente que, antes de ser executado, pudesse falar com seu antigo chefe, um comerciante rico e muito considerado. Se bem que isso lhe fosse muito desagradável, o comerciante satisfez o desejo de seu antigo empregado. Ao chegar à cela do condenado, começou:

– Pobre infeliz, como foi possível que cometesse tamanho crime? Nunca eu imaginaria que chegasse a esse ponto!...

Mas o antigo empregado respondeu:

– É por isso mesmo que eu lhe desejava falar. Só queria lhe dizer que o senhor é culpado de eu ter que morrer assina. O que sou agora tornei-me pelas conversas levianas que tinha que ouvir quando, em sua casa, eu servia a visitantes ilustres. Ali escarneciam da minha fé no Deus vivo, na vida futura e no juízo divino, de tal modo que me tornei descrente. Com isso privaram-me do apoio que me mantinha moralmente ereto. Assina fiquei sem a força contra as tentações que me assediavam. E assim resvalei mais e mais...

É verdade que nem sempre nossa língua perpetra males tão graves. Mas será que nossa fala é sempre isenta de todo mal? Em casa outro dia prometemos mutuamente não falar mais dos outros, especialmente em sua ausência. Ficamos assustados com o número de vezes que um de nós teve que lembrar ao outro a nossa promessa!

O missionário Golze conta que, anos atrás, ficou conhecendo um homem possuidor de grande senso de justiça. Um aspecto de sua vida especialmente impressionara o missionário. Ele nunca tolerava que em sua presença se falasse mal de um terceiro. Mal começava alguém uma conversa dessas, e o homem lhe dirigia três perguntas:

A primeira era: "O senhor tem plena certeza disso que está dizendo?" Na maioria dos casos a pessoa assim interpelada, respondia: "Bem, naturalmente não tenho certeza absoluta. Mas a Sra. X me contou, e ela ouviu do Sr. Y, que ouviu de alguém que sabe do caso."

"Meu amigo", dizia então, "não volte a falar nesse assunto a ninguém, em hipótese alguma!" Se a pessoa respondia: "Sim, eu tenho certeza; eu mesmo vi, ou até ouvi da própria boca dele"; então o homem fazia a segunda pergunta, que era: "O senhor já falou pessoalmente com essa pessoa, dizendo-lhe que se escandalizou com sua conduta, ou avisando-a que tal coisa dela se diz, ou foi o senhor muito covarde para isso fazer?"

A resposta na maioria das vezes era: "Isso naturalmente não fiz ainda." "Mas é o que o senhor devia fazer! Seria bom que falasse com ele primeiro, pois o caso diz respeito a ele." Se alguém dissesse: "Não tenho coragem para falar com a pessoa, é muito penoso para mim"; e então vinha a terceira pergunta: "O senhor quer que eu fale com a pessoa, e lhe diga o que o senhor acaba de me dizer dela?" Tal coisa naturalmente ninguém desejava.

E assim meu amigo ficava livre de ouvir muito disse-que-disse, pois ninguém que tivesse ido a ele para falar de alguém voltava segunda vez.

Ah, se pudermos aprender a aplicar esta receita! Muita infelicidade será então evitada.

Dizia Lutero: "Seja a tua boca uma boca do Espírito de Cristo!"

– Graft und Licht.



TERRA DA FOFOCA



O irmão já ouviu falar da Terra da Fofoca? Não? Pois é de admirar, porque não está muito distante. Fica situada junto à Baía da Falsidade, onde a velha Senhora Boato tem sua residência.

A Terra da Fofoca não fica longe de quem quer ir lá: a Ociosidade o levará em menos de uma hora. A Estrada dos Maldizentes é muito popular, e a maioria das pessoas que visitam a Terra da Fofoca, eles a preferem por ser asfaltada. Contudo, há algum perigo, porque quase todos os visitantes, tarde ou cedo, caem na Baía da Falsidade, cujas águas são muito sujas por receberem os detritos de diversas povoações.

A estrada passa pelo túnel do ódio, sendo a rua principal chamada "Dizem", terminando numa grande praça por nome "Ouvi Dizer". Muitas pessoas Viciadas passam ali horas esquecidas, sendo acariciadas pelas brisas da Baía da Falsidade conhecidas pelo nome de "Não Conte Nada". No centro da cidade está o "Parque das Histórias". É um recinto perigoso, não sendo raros os crimes de morte.

As últimas vítimas foram um homem chamado "Bom Nome" e uma senhora conhecida pelo apelido de "Reputação". Os atacantes quase sempre se escondem na Vila da Difamação, um lugarejo onde governa certo indivíduo chamado "Orgulho Invejoso". Este é um corcunda horripilante, mas por ter certas maneiras atrativas, consegue ganhar algumas amizades – principalmente daqueles que preferem viver na Terra da Fofoca.

A estrada "Dizem", apesar de bem freqüentada, é muito perigosa; muitas pessoas têm sido atacadas ali e deixadas ao lado muito maltratadas. Nos esquecíamos de mencionar que esta estrada atravessa uma colina chamada "Remorso", a qual, apesar de regada com lágrimas abundantes, produz frutos muito amargos. Ao lado encontra-se o cemitério onde estão sepultadas muitas pessoas que por descuido se aproximaram daquela terra de maldição. Evitem, pois, a Terra da Fofoca.

– Aurora Evangélica.



"NAQUELES DIAS ... HOUVE UMA MURMURAÇÃO"



Também hoje há muitos murmuradores, eternos descontentes e pessimistas. Vejamos algumas ilustrações muito interessantes:

Pessoas há que estão sempre "sem sorte". O tempo está sempre diferente do que desejariam. Um pastor se encontrou um dia com um desses homens, lavradores que têm culturas várias.

Era um dia chuvoso, e ele disse:

– Seu Neves, esta chuva é boa para o seu feno crescer!

– Sim, talvez seja; mas vai fazer mal para o trigo. Vai estragar a colheita!

Poucos dias depois, quando o Sol brilhava, e o pastor lhe disse:

– Que bom para o seu trigal, não?

– Sim, é verdade, mas isto é péssimo para o centeio. Este requer tempo frio.

De outra feita, numa manhã fria, encontrou-se com seu vizinho e disse:

– Que belo tempo para o seu centeio, seu Neves!

– Sim, mas é o pior que pode haver para o trigo e o feno. Eles precisam de calor, para crescer. – Dr. Todd.

– Muitos há que são como aquele lavrador, que queria Sol para o seu trigo, e Chuva para o seu feno, tudo ao mesmo tempo. – Bowes.



OS PERIGOS DA MURMURAÇÃO



Há um relato de César, que, tendo preparado um grande banquete para os seus nobres e amigos, aconteceu que o dia marcado estava tão chuvoso, que nada se pôde fazer. O imperador ficou tão aborrecido e encolerizado, que ordenou que todos os que tivessem arco, atirassem suas setas contra Júpiter, seu deus principal, como desafiando-o por causa do tempo chuvoso.

Quando fizeram isso, é claro que as setas não alcançaram o Céu, caindo-lhes sobre a própria cabeça, de maneira que muitos ficaram tristemente feridos.

Assim se dá com todas as nossas murmurações, que são outras tantas setas atiradas contra o próprio Deus; voltarão a cair sobre o coração dos queixosos. Por isso, é melhor ficarmos calados, do que murmurarmos. – T. Brooks.

Calcula-se que não menos de um milhão dos filhos de Israel pereceram no deserto, por causa de suas murmurações. – Bowes.



O FOGO SE APAGA

Prov. 26:20



O fogo que não é ativado logo se extingue. Quão verdade é isso com relação ao fogo da maledicência. Se um pouco de diz-que-diz-que chega ao seu conhecimento, e você não o passa adiante, ele morrerá com você. Se você o passa, está ativando o fogo e pondo combustível que poderá queimar alguém e chamuscar a muitos. E talvez as mãos que passam adiante o boato e são por isso mesmo chamuscadas, poderão na realidade sofrer perda até maior do que a pessoa cuja vida está sendo queimada.

Conta-se que Sofrônio, quando sua filha Eulália desejou visitar a tagarela Lucinda, não desejou dar-lhe consentimento. Então perguntou Eulália:

– Por que não? Julga-me muito fraca. De que maneira poderá ela fazer-me mal?

O velho e sábio Sofrônio tirou da lareira um carvão, e trazendo-o fora para Eulália, sua bela filha, disse:

– Toma-o em tuas mãos.

Eulália se encolheu horrorizada, recusando-se a pegar o carvão.

– Mas ele não pode queimar você – exclamou o pai.

– Sim, eu sei. Não me pode queimar mas pode me sujar.

Isto a fez ver a realidade. Há sem dúvida um certo sentido em que muita coisa que suja é pior que se queimasse. Uma mão queimada não suja outra mão que a aperte, o que não ocorrerá com uma mão suja.



O FRUTO DAS CRÍTICAS



Conta-se que certa moça inteligente e viva, que apreciava muitíssimo todas as obras de arte, pediu ao conhecido e admirado caricaturista inglês Hogarth que lhe ensinasse a arte de traçar caricaturas.

– Não; não deve desejar conhecer esta arte. Não trace nunca uma só caricatura. Digo-lhe com imensa mágoa que, pelo uso contínuo da arte de caricaturar tudo e todos, perdi o sabor da verdadeira beleza, porque só vejo rostos desvirtuados e coisas fora da proporção...

A crítica e a prática dos juízos temerários são a arte da caricaturação moral que mata nas almas que a praticam o senso da bondade.



CRÍTICA



Um homem que gostava muito de criticar os cristãos chegou um dia à oficina de um ferreiro, criticando as fraquezas de diversos cristãos.

O ferreiro, que era cristão, escutou-o sem dizer palavra alguma. Quando então, por fim, o homem calou-se um momento, perguntou o ferreiro:

– Você já leu alguma vez a Bíblia?

– Naturalmente, respondeu o homem.

– Então, também leu a parábola do homem rico e Lázaro?

– Naturalmente, respondeu de novo o homem.

– Então, deve lembrar-se dos cachorros da parábola?

– De certo, mas que é deles?

– Os cachorros não fizeram outra coisa senão lamber as chagas do pobre Lázaro; parece-me que você está fazendo a mesma coisa, porque só está procurando as fraquezas dos cristãos.

O homem crítico calou-se.



NÃO JULGUEIS PARA QUE NÃO SEJAIS JULGADOS – O JUÍZO



Alan Isaac viajava em direção a Meca quando foi alcançado por um desconhecido, caminhando juntos por toda a tarde daquele dia.

– Você conhece o governador de Meca? – perguntou-lhe o desconhecido.

– Não. Nem o desejo conhecer. É homem de coração duro e tem cometido muitos crimes. Tenho ouvido isto de algumas pessoas que já sofreram as suas maldades.

No dia seguinte chegaram a Meca e, pouco tempo depois de se separarem, Alan Isaac era preso e levado ao calabouço. Quando foi conduzido ao tribunal disse que ignorava os motivos de sua prisão, mas teve a grande surpresa de se encontrar face a face com o companheiro de viagem, o próprio governador de Meca.

– Antes de alcançá-lo na viagem, disse o governador, me haviam dito que caminhava para Meca o maior bandido desta nação, e por isso mandei-o prender para que seja enforcado.

– Senhor, gemeu Alan Isaac, pode julgar um homem sem provas e condená-lo à morte? Sem dúvida irá condenar um inocente.

– Não. Já estudei as acusações e verifiquei que elas são falsas. Seu crime é um único, exatamente aquele que, praticado por mim, poderia levar você à forca: você acreditou e propalou as acusações ouvidas contra mim sem as verificar. E você condenou à morte moral um homem justo e reto. Por este crime você deveria ser enforcado, mas eu perdôo a você.

Alan Isaac, beijando a terra, saiu do tribunal pensando em quantas forcas seriam levantadas para os que ouvem e proclamam o mal contra o caráter do próximo sem outra desculpa senão o perverso desejo de que os fatos fossem verdadeiros. – O arquivo da ADCA.



VER AMBOS OS LADOS ANTES DE JULGAR

S. João 7:24



Um dos costumes mais comuns nas pessoas, é o de julgar antes de fazer a devida averiguação. Esse hábito redunda muitas vezes em uma maneira de tratar injusta e cruel, corno se verifica num incidente ocorrido nos princípios da Segunda Guerra Mundial.

Um rapaz de boa aparência e vestido à paisana estava numa cabina telefônica, pedindo uma ligação. Fora, aguardando sua vez, havia vários soldados, que ficaram cada vez mais impacientes e ruidosos à medida que passavam os minutos. Suas observações acerca do estranho na cabina foram sendo feitas mais alto e tornaram-se mais pesadas. Afinal, o jovem pendurou o fone e saiu. Ao fazer isso, foi rudemente empurrado e ridicularizado por não estar no serviço. "Você deve ter arranjado uma boa história para evitar ser sorteado", gritou-lhe um. "Você é um covarde!" berrou outro.

O rapaz não se defendeu, mas seu rosto mostrou a mágoa que sentia ante as malévolas observações desses homens. Foi retirar-se e os soldados notaram pela primeira vez que a manga esquerda do paletó estava vazia. O silêncio da confusão apoderou-se do grupo ao compreenderem quão cruelmente injustos haviam sido seus juízos contra um jovem que já dera um braço por seu país.

Esses jovens soldados não eram sádicos profissionais. Não encontravam um prazer mórbido em ferir outros. Estavam simplesmente julgando "segundo a aparência". E foi demasiado estreita sua visão! Ao verem mais do quadro completo, mudaram de juízo.



A MENTIRA



Em uma classe da Escola Dominical, o instrutor anunciou que no domingo seguinte trataria da mentira.

Como preparação a este tema, disse: "Eu lhes aconselho que leiam cuidadosamente o Capítulo 17 do Evangelho Segundo S. Marcos." Ao chegar o referido dia, começou assina seu discurso:

– Como preliminar ao estudo que vamos fazer, rogo que todos aqueles que tenham lido o capítulo que lhes recomendei, levantem a mão.

Todos os congregados levantaram a mão. Um sorriso aflorou nos lábios do instrutor, e este continuou:

– Está bem; sinto-me satisfeito, porque tenho ante mim o auditório mais escolhido para falar sobre a mentira. O Evangelho Segundo S. Marcos, tem somente 16 capítulos. – E. Angurell.



A MENTIRA



Do topo duma montanha na Suíça desprende-se uma pequena bola de neve e inicia vagarosa descida, crescendo ao rolar e aumentando de velocidade ao crescer, arrastando consigo massas imensas de neve e gelo, até se arremessar estrondeante sobre a pacífica aldeia situada na planície, onde casas e habitantes são sepultados sob uma avalancha imensa. A causa de toda essa perda de vidas e de propriedades é uma bola de neve.

A princípio a mentirinha, a pequena calúnia, o pequeno acesso de ira, o insignificante desvio da retidão perfeita – quão pequeno e sem conseqüência parece cada um! Ninguém o nota a princípio, mas, assim como o círculo provocado por uma pedrinha jogada nas plácidas águas de um tanque, torna-se cada vez maior, à medida que avança. – Tarbell.



GUARDEMO-NOS DA HIPOCRISIA - Luc. 12:1



A palavra hipocrisia quer dizer fingir, simular; parecer uma coisa diversa do que é realmente. Nos primitivos tempos, esse termo se aplicava aos atores de teatro da antiga Grécia – pessoas que muitas vezes usavam máscara ao desempenharem sua parte.

Algumas das mais severas advertências de Cristo foram dirigidas contra a hipocrisia. Jesus acusou os fariseus de serem hipócritas, porque fingiam ser zelosos pela causa de Deus mas em realidade estavam trabalhando contra ela.

Cristo pede a Seus seguidores que sejam cristãos não só em público, mas em particular, não apenas quando estão sendo observados.

Na antiga Roma, os hábeis escultores e os gravadores em pedra gravavam as palavras sine cera em seus trabalhos. Segundo a lenda, o cinzel de escultores hábeis escorregava por vezes acidentalmente, cortando linhas não intencionais na pedra. Para encobrir esses erros, artesãos menos honestos arranjaram o truque de encher esses lugares prejudicados com cera. Então vendiam o produto como perfeito. Os melhores artistas, porém – os honestos recusavam-se a empregar a cera. As palavras sine cera (sem cera), de onde vem nossa palavra sincero, afirmavam que o produto era perfeito como parecia.

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